A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que a movimentação determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou a percepção de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será encaminhado ao Complexo Penitenciário da Papuda no Distrito Federal.

Em entrevista ao repórter da Jovem Pan, Misael Mainetti, Damares disse que ” quando Alexandre mandou a chefe de gabinete dele visitar as celas, ficou óbvio que Alexandre vai mandar (Bolsonaro) pra lá. Nesse exato momento, o que eu tenho que fazer é evitar que ele vá pra lá, a única coisa que me resta fazer agora é evitar que Bolsonaro vá pra lá, produzimos um relatório, encaminhamos para todas as comissões de direitos humanos do Brasil, pra fora do Brasil, com todos os parlamentos mundiais porque não é um réu comum, é um réu que já tentaram conta a vida dele.

Damares afirmou que a visita realizada por ela e outros senadores ao presídio ocorreu porque o grupo considerava urgente impedir que Bolsonaro fosse recolhido à Papuda. Ela disse que a Comissão de Direitos Humanos do Senado decidiu produzir um relatório próprio após ser informada de que a Defensoria Pública já havia apontado limitações da unidade para abrigar presos idosos.

“Quando fomos surpreendidos que Bolsonaro poderia ser recolhido na Papuda, nós tínhamos que evitar o recolhimento (…). Fomos lá apenas pra comprovar o relatório da Defensoria e gerar relatório para todos os comitês de direitos humanos do Brasil e do mundo”, afirmou. De acordo com a senadora, durante a inspeção ela teria constatado problemas graves na estrutura do presídio. “A situação é gravíssima da Papuda. Não tem como recebê-lo.”, afirmou.

A senadora disse que a Comissão de Direitos Humanos produziu um relatório técnico que já foi enviado a comissões de direitos humanos de todo o país e a parlamentos estrangeiros. Segundo ela, o documento tenta demonstrar que a Papuda não seria adequada para receber o ex-presidente. “Encaminhamos para todas as comissões de direitos humanos do Brasil, pra fora do Brasil, com todos os parlamentos mundiais porque não é um réu comum”, afirmou.

Damares também voltou a citar riscos à integridade física de Bolsonaro dentro de uma penitenciária, lembrando o atentado de 2018. “Se já tentaram contra a vida do Bolsonaro no meio de uma rua com sete mil pessoas (…), não vão atentar contra a vida dele em um lugar fechado?”, disse. Ela concluiu reafirmando sua posição política. “Bolsonaro é inocente.”

Jovem Pan / Misael Mainetti