Dízimo é alvo de mitos que precisam ser combatidos

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Malaquias 3:10 é um versículo que resume uma das práticas mais antigas e debatidas da fé cristã: o dízimo. Ao longo dos séculos, o tema tem dividido opiniões — visto por alguns como um fardo religioso e, por outros, como um investimento em busca de retorno imediato. Entre os extremos, porém, o verdadeiro sentido da entrega é o de honrar a Deus com o que temos e com quem somos.

Para o pastor e escritor Luciano Subirá, o dízimo ultrapassa a esfera financeira. “O dízimo não se resume a dinheiro. É um gesto de reconhecimento, adoração e confiança, que demonstra a prioridade de Deus em nossa vida', explica. Segundo ele, no Antigo Testamento, a prática sustentava os levitas e sacerdotes, mas no Novo Testamento, embora surja o conceito de salário ministerial, o princípio permanece inalterado. “Enquanto o dízimo existir como expressão de fé e obediência, não há razão para deixarmos de entregar a Deus a décima parte do que recebemos', afirma.

A seguir, alguns dos mitos mais comuns sobre o dízimo e o que a Bíblia ensina a respeito.

O dízimo não é uma cobrança institucional, mas uma resposta voluntária de amor e gratidão. Deus não deseja ofertas movidas por obrigação, mas corações dispostos. Como explica Subirá, “o Senhor não está interessado nas ofertas em si, mas no ofertante'. O valor entregue não é o foco — o que Deus observa é a intenção. O dízimo é, portanto, um ato de devoção, não uma taxa.

O princípio da entrega precede a Lei mosaica. Antes mesmo de Moisés, Abraão entregou o dízimo a Melquisedeque (Gênesis 14:20), reconhecendo que tudo vem de Deus. No Novo Testamento, Jesus reafirma a importância da fidelidade sem negligenciar o amor e a misericórdia (Mateus 23:23). Assim, o dízimo não é uma prática ultrapassada, mas uma expressão contínua de fé e honra ao Criador.

Essa ideia distorce o propósito da entrega. O dízimo não é uma troca comercial com Deus, mas um ato de confiança. “A recompensa jamais deve ser o que nos move a dar, mas tampouco deve ser ignorada', ensina Subirá. A prosperidade bíblica é resultado de obediência e comunhão com o Senhor, não um mecanismo de barganha. Ela é consequência natural de uma vida alinhada com a vontade de Deus.

O valor financeiro tem pouca relevância diante da intenção. Jesus elogiou a viúva que deu duas pequenas moedas (Marcos 12:41-44), porque sua oferta representava entrega total. Deus mede o coração, não as cifras. O verdadeiro dízimo é aquele que reflete prioridade, sinceridade e dependência de Deus, e não ostentação.

Honrar a Deus abrange todas as áreas da vida. O dízimo financeiro é apenas uma expressão de uma entrega mais ampla: tempo, dons, relacionamentos e decisões também revelam se Deus ocupa o primeiro lugar. A verdadeira adoração é integral — manifesta-se nas escolhas diárias e no modo como administramos tudo o que nos foi confiado.

Para Luciano Subirá, compreender o dízimo em sua essência é redescobrir o significado da confiança e da comunhão com Deus. “O dízimo não é uma transação financeira, mas um gesto de dependência e prioridade', explica. Segundo ele, cada oferta, pequena ou grande, expressa o coração do cristão e sua disposição em honrar o Criador.

De acordo com a revista Comunhão, o pastor enfatizou que mais do que buscar bênçãos materiais, a generosidade e a gratidão do fiel caminham lado a lado com a fé.

Via: GospelPrime



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