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Chuteira de Ouro no Japão lembra golaço que rendeu ajuda de Walter no início da carreira: "Falou 'vou te levar'"
Anderson Lopes foi artilheiro e campeão da J League pelo Yokohama F-Marinos, em 2023; aos 13 anos, teve "empurrãozinho" do atacante Walter após ser descoberto em comunidade no Recife
REDAçãO GE
O Recife é o refúgio de sempre para o atacante pernambucano Anderson Lopes. Quando a bola para para o Yokohama Marinos, do Japão, onde ele joga, e as férias chegam, ele sempre volta. Mas dessa vez, o retorno foi após uma temporada mais que especial: que terminou com o título e o troféu Chuteira de Ouro pela artilharia do campeonato japonês.
Anderson Lopes fez 26 gols na temporada, 22 na J League. Ele recebeu o ge para um papo na Comunidade do Coque. Foi lá onde começou a jogar e, ao marcar um golaço durante partida de várzea, foi descoberto pelo atacante Walter, que acabou virando uma espécie de agente e irmão .
- Lembro que aqui eu fiz o gol que me consagrou, hein? O menino cruzou dali, eu vim e peguei de primeira. Aí fiz o gol da final. Campeão, comemoração... - recordou o atacante, de 30 anos, revivendo o lance crucial que mudou a trajetória de sua vida, aos 13.
Nesse dia, ele não podia imaginar que outra figura super conhecida e importante do Coque estava assistindo ao jogo...
'Walter tava vendo dali o jogo. Aí depois ele falou pra mim... Vou te levar', contou Anderson Lopes, apontando o exato local.
O atacante Walter jogava no Internacional nessa época... E levou Anderson para começar a trajetória no futebol em Porto Alegre - da base do Colorado, seguiu por Avaí, Marcílio Dias, Tombense, Athletico e depois no mercado asiático, jogando no Japão, Coreia do Sul e China.
Walter também recordou o lance e revela que o convenceu a mudar de posição, como relatou ao ge.
'Teve um jogo aqui, cara... Deu um bate-pronto, a bola no ângulo... Eu falei 'vou te levar, cara'. Não assina com ninguém. Apareceu um monte de gente, um monte de coisa. Eu falei pra mãe dele: 'Confia em mim. Confia que eu vou levar, vai morar comigo lá. Qualquer coisa, eu que vou resolver...', relembrou Walter.
- Eu peguei muito no pé dele, porque ele queria ser meia. Pelo tamanho, pela qualidade, rápido... Eu falei: 'Seja o nove!' Grandão, jogando de meia... Eu falei 'negão, vai pro ataque, tu é grande, rápido...' - acrescentou.
+ Dos perigos na periferia ao brilho no Japão: a história de Anderson Lopes
Hoje em dia, passados todos esses anos, Anderson Lopes vive uma relação de carinho cada vez maior com a torcida japonesa. E pro futuro, espera retribuir com um futebol ainda melhor que o apresentado na melhor temporada da carreira.
- Desde que eu cheguei no Japão em 2016 eu senti o carinho da torcida, do torcedor japonês em si. Vejo que é algo muito diferente do Brasil. Independente se você joga bem ou não, eles tão lá pra torcer pro você. Esse carinho, essa diferença que eu senti.
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