Fiquei com sequelas nos pulmões, afirma Messi sobre a Covid

Doença teve influência em temporada decepcionante do astro argentino no Paris Saint-Germain

FOLHA/LUíS CURRO


Messi no aquecimento para partida do PSG contra o Montpellier no Campeonato Francês - Benoit Tessier - 14.mai.2022/Reuters

Incontestavelmente um dos melhores jogadores de futebol da história, Lionel Messi viveu em 2021/2022 uma de suas temporadas menos brilhantes.

Sua transição do Barcelona, onde era o maior ídolo do clube (por anos), para o Paris Saint-Germain foi conturbada, e no time francês o argentino, mesmo com a companhia de Neymar e Mbappé, não teve grandes alegrias.

Houve só um título conquistado, o do Campeonato Francês, que é tido como 'obrigação' para o PSG, tamanho o abismo financeiro dele em relação à concorrência.

E os gols marcados foram, em se tratando de Messi, uma miséria: 11, seis no Francês e cinco na Champions League, competição na qual mais uma vez o PSG ficou pelo caminho –caiu nas oitavas de final diante do Real Madrid, que depois se sagraria campeão.

O atacante acumulou problemas físicos que lhe permitiram estar em campo apenas 34 vezes pelo time. Desde 2005/2006, quando começava a carreira na equipe adulta do Barcelona, Messi, perto de completar 35 anos, não jogava tão pouco.

Fora de forma, e na esteira do desgaste da saída do Barça, que fez pouco esforço para mantê-lo, o que o chateou bastante, Messi demorou quase um mês para se integrar totalmente ao elenco do PSG após sua chegada.

E foi muito difícil pegar ritmo. De setembro a novembro, dores no joelho esquerdo, o da perna chutadora, o deixaram parte do tempo na enfermaria.

Em dezembro, na época das festas de fim de ano, mesmo tendo recebido anteriormente doses da vacina, ele contraiu Covid.

Tem presidente da República que disse que o coronavírus não provoca mais do que 'uma gripezinha'. Para muita gente, pode ser que, especialmente depois da imunização pela vacina, seja só isso mesmo.

Porém não é 100% assim. Para Messi o efeito da doença foi devastador, conforme relatou o camisa 30 do PSG ao TYC Sports, canal de TV de seu país.

'A verdade é que [o coronavírus] me pegou forte. Tive sintomas parecidos com os da maioria: muita tosse, dor de garganta, febre. Mas fiquei com sequelas nos pulmões. Não podia treinar. Fiquei um mês e meio sem poder correr porque meus pulmões estavam afetados.'

Messi declarou que a vontade de voltar a jogar apressou sua volta e que essa decisão não foi acertada. Principalmente em relação aos piques curtos, que são uma de suas características.

'Queria correr, treinar, arrancar. Acelerei [o retorno], e isso acabou me prejudicando. Não aguentava [fisicamente].'

O baque causado pela Covid abalou Messi psicologicamente, já que ele esperava iniciar 2022 com tudo. 'Pretendia entrar [no ano] pilhado, mudado, já tinha passado o período de adaptação [ao clube]. Aí veio a Covid.'

Messi ficou quase janeiro todo sem jogar, e, no regresso, os reflexos da Covid não permitiram que ele fosse o Messi de sempre.

Fez um único gol pelo PSG do fim de janeiro ao fim de março, em dez partidas, e amargou nesse intervalo, com performance pífia para seus padrões, a dura queda diante do Real Madrid na Champions.

Em abril e maio, Messi deu sinais de recuperação, voltando a exibir um futebol de nível alto.

Depois de defender a seleção de seu país na Finalíssima, partida entre Argentina (campeã da Copa América) e Itália (campeã da Eurocopa), ele deve tirar férias e fazer uma boa preparação para a temporada 2022/2023, na qual terá como objetivos conquistar a Champions League pelo PSG e o título da Copa do Mundo do Qatar.

Idealmente, sem o incômodo no joelho nem o tormento da Covid.



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