Fux participa de primeira sessão na segunda Turma do STF após divergências sobre trama golpista

A estreia do ministro na Segunda Turma estava prevista para ocorrer no dia 28 de outubro, mas foi cancelada em função do falecimento do advogado Sergio Bermude

JOVEM PAN


Luiz Fux pediu para deixar a Primeira Turma do STF em meio a um cenário de isolamento nos julgamentos da trama golpista / Antonio Augusto/STF

O ministro Luiz Fux participa nesta terça-feira (11) de sua primeira sessão ordinária como integrante da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Compõem a turma, além de Fux, os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça.

O colegiado analisa três reclamações constitucionais (RCLs), processos em que os autores buscam anular decisões judiciais que podem ter usurpado a competência da Corte ou desrespeitado um entendimento já consolidado pelo tribunal. Duas dessas ações tratam da exclusão de candidatas mulheres em concursos públicos da área militar no Estado de Goiás, e a terceira discute a responsabilidade civil do Estado por atos de agentes públicos.

A estreia de Fux na Segunda Turma estava prevista para ocorrer no dia 28 de outubro, mas a sessão foi cancelada em função do falecimento do advogado Sergio Bermudes. O presidente do colegiado, ministro Gilmar Mendes, compareceu ao enterro de Bermudes no Rio de Janeiro.

Luiz Fux pediu para deixar a Primeira Turma do STF em meio a um cenário de isolamento nos julgamentos da trama golpista. Ele foi o único ministro a votar a favor da absolvição dos réus do núcleo central, condenando apenas o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e o general Walter Braga Netto por abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A mudança de turma ainda gera dúvida sobre o julgamento de um recurso apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível por abuso de poder político.

Fux era o relator do caso na Primeira Turma e ainda não se sabe se a ação será votada no colegiado em que começou, ainda com a relatoria do ministro, ou se ele vai “carregar” o processo para a Segunda Turma.

De acordo com o princípio de “prevenção”, ocorre a primeira opção e, nesse caso, o substituto de Fux na Primeira Turma, ainda não anunciado, não vota. Mas a Corte já aplicou entendimentos diferentes ao longo do tempo, o que abre espaço para que o recurso possa mudar de colegiado.

A Segunda Turma é vista como mais “garantista” em relação à Primeira, mais “punitivista”. Também tem em sua composição dois ministros indicados por Bolsonaro, Mendonça e Nunes Marques.

*Com informações do Estadão Conteúdo

Publicado por Nátaly Tenório 



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