Agricultura
Soja: replantio pode elevar custos acima de 10%
Clima seco e quente: fracionamento de área de plantio pode ser adotada como estratégia de redução de riscos
CVNEWS/REDAçãO
Com o avanço da safra 2024/25 e o final do período do vazio sanitário, produtores enfrentam um grande desafio: a combinação de clima seco e altas temperaturas, especialmente no Brasil Central. Esse cenário adverso exige estratégias agronômicas bem planejadas para minimizar riscos e evitar perdas expressivas de produtividade.
“Uma safra rentável começa com a escolha de sementes de qualidade e um ambiente manejado por decisões estratégicas, como a adaptação das práticas de semeadura e plantabilidade em condições de clima seco. A sugestão é fazer o possível para evitar o replantio, que pode ter um impacto financeiro em mais de 10% de custos, reduzindo a eficiência da operação”, recomenda o pesquisador e engenheiro agrônomo Leonardo Furlani, da DigiFarmz, empresa especializada em tecnologia digital para o manejo agronômico, e que recentemente lançou o Linkage, solução dedicada a entregar recomendações para melhor tomada de decisão do setor de distribuição de insumos. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp Marcos Fava Neves: 5 pontos para ficar de olho no mercado agro em outubro
O fracionamento da área de plantio é uma sugestão que pode permitir que uma parte da lavoura seja semeada mesmo com baixa umidade no solo, enquanto a outra é reservada para quando as chuvas chegarem, reduzindo os riscos de perda de produtividade. Furlani alerta que adiar o plantio na expectativa de chuvas regulares pode fazer o produtor perder a janela ideal de semeadura e impactar na segunda safra, mas plantar “no pó” também pode comprometer o desenvolvimento das plantas. Dividir o plantio é uma estratégia, mas como ressalta Furlani, não há uma “receita de bolo” e as decisões devem ser tomadas caso a caso, considerando as particularidades de cada área.
Além disso, a falta de palha na superfície do solo, como nos casos das áreas atingidas pelas queimadas registradas nas últimas semanas, agrava o estresse térmico e prejudica a lavoura. A palha contribui para a retenção de umidade e protege o solo da evaporação excessiva, essencial em anos com previsão de seca prolongada. “Para esta safra, já não há tempo de corrigir essa falha, mas é uma lição valiosa para as próximas safras“, ressalta o agrônomo.
Ser estratégico nas decisões de plantio e manejo é essencial para maximizar a produtividade e garantir o retorno sobre o investimento. O fracionamento do plantio, a manutenção de boas práticas, como a cobertura do solo com palha, e até em alguns casos o uso de bioestimulantes são algumas das soluções que podem ser adotadas para reduzir os impactos negativos do clima e assegurar uma colheita mais rentável.
Informações para imprensa, Ronaldo Luiz