Agricultura
Produtor colhe 270 sacas de milho por hectare e ganha destaque
Com 31 anos e sete dedicados ao cultivo de milho em sua propriedade de 325 hectares, Gaviraghi decidiu participar do concurso para se desafiar e testar os limites de sua produtividade, o resultado foi surpreendente; confira
CVNEWS/REDAçãO
O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou hoje (18) as áreas afetadas pelos temporais que deixaram 123 mortos em Petrópolis e avaliou que o que viu foi um cenário quase de guerra. O presidente concedeu uma entrevista coletiva acompanhado de ministros e autoridades estaduais e municipais, em que foram anunciadas medidas de apoio à população da cidade.
'Vimos pontos localizados, mas de uma intensa destruição. Vimos também regiões em que existiam casas, pelo que vimos perifericamente ao estrago causado pela erosão. Então, é imagem quase que de guerra, é lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis', disse o presidente, que foi à cidade após chegar de uma viagem à Rússia e à Hungria.
Bolsonaro disse que medidas preventivas a desastres estão previstas no Orçamento, mas, no caso de emergências, as ações são diferentes, e o governo fará sua parte.
'Muitas vezes, não podemos nos precaver por tudo o que possa acontecer nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados. A população tem razão em criticar. Aqui é uma região bastante acidentada. Infelizmente, tivemos outras tragédias aqui. A gente pede a Deus que não tenhamos mais. E vamos fazer a nossa parte', disse o presidente.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ressaltou que o volume de chuvas que atingiu a cidade foi atípico e um dos maiores em 90 anos. 'Isso por si só já geraria, aqui ou em qualquer outro lugar do mundo, o desarranjo da estrutura da cidade e, no caso de Petrópolis, há uma geografia muito particular. Isso aqui é uma bacia com escarpas e montanhas e isso gerou problema de proporções maiores', disse Marinho, que se solidarizou com as famílias atingidas.
O ministro afirmou que o governo federal editará uma nova medida provisória para socorro a áreas atingidas por desastres naturais no valor de R$ 500 milhões, na semana que vem. Marinho destacou que, desde novembro, o governo já liberou R$ 2 bilhões em recursos para áreas afetadas por catástrofes climáticas.
No caso de Petrópolis, o primeiro plano de trabalho contou com a liberação de R$ 2 milhões do governo federal para kits de alimentação, limpeza e o trabalho de desobstrução de ruas.
'Esse é o início de um processo que vai perdurar um tempo. Só saberemos a necessidade de reconstrução depois que normalizar o processo dentro da própria cidade', disse Marinho.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, informou que o caminhão-agência do banco chegou ontem (17) ao município, já que duas agências na cidade foram muito impactadas, e uma, no bairro de Alto da Serra, foi totalmente destruída.
'Como fazemos o pagamento de diversos benefícios sociais, como o Auxílio Brasil, é muito importante que retomemos o atendimento o mais rápido possível.'
O coronel Leandro Sampaio Monteiro, comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, disse que o estado vem recebendo ajuda de outras unidades da federação, inclusive com o envio de cães farejadores. Ele fez um apelo para que os moradores de áreas de risco atendam às orientações da Defesa Civil e dos bombeiros e deixem suas casas e se dirijam aos abrigos.
'Está chovendo muito na cidade. Nas últimas 24 horas, choveu 70 milímetros. Então, acreditem no trabalho do Corpo de Bombeiros e no trabalho da Defesa Civil.'
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, lembrou que contou com o apoio do governo federal e das Forças Armadas desde o primeiro dia da tragédia e disse que o trabalho de resgate precisa ser feito com cuidado porque ainda há locais em que o solo está instável.
'Não adianta ter gente demais aqui. A imprensa tem cobrado muito que tenham muitas pessoas. Há um problema sério de trânsito, um problema sério de o local estar instável. Isso quem manda é a técnica', disse o governador.
Antes de embarcar para Petrópolis ao lado de uma comitiva de ministros, o presidente Jair Bolsonaro deu uma declaração à imprensa na manhã de hoje, na Base Aérea do Galeão. Ele disse que soube das enchentes e deslizamentos no mesmo dia do ocorrido, quando se encontrava na Rússia, tomando as providências durante a madrugada.
“Poucas horas após o ocorrido o governador Cláudio Castro já estava em Petrópolis e conversei com ele sobre o que poderíamos e o que já estávamos fazendo. Imediatamente liguei, era madrugada lá, para o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, para saber o que estava acontecendo, ele já havia determinado o que precisava de recursos extras no Orçamento. Entrei em contato também de madrugada lá com o ministro Paulo Guedes, para que ele agilizasse a liberação desse recurso. Tudo saiu como o planejado.'
Na ocasião, o presidente da Caixa informou que o banco estuda a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as pessoas atingidas em até R$ 6.220, além de pausas nos pagamentos de empréstimos.
O ministro da Cidadania, João Roma, informou que sua pasta tem atuado na orientação dos recursos para o acolhimento das 1,5 mil famílias desabrigadas, no envio de donativos, na assistência social e no envio de cestas de alimentos.
O ministro da Defesa, general Braga Netto, informou que cerca de 820 pessoas das Forças Armadas estão atuando no local. “Foi deslocado o Comando Conjunto Leste para a região. A Marinha já disponibilizou pessoal, hospital de campanha e diversos meios, a força aérea estabeleceu um controle de tráfego aéreo, em virtude da quantidade de aeronaves, o exército colocou tropas, veículos e pessoal para apoiar a população desamparada. Foram deslocadas guarnições de cidades próximas como Juiz de Fora e Rio de Janeiro, solicitamos especialistas em engenharia e construção para identificar as providências necessárias nas áreas de deslizamento.'
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bontempo, informou que o poder público municipal mantém as buscas às vítimas, além de trabalhar para desobstruir as principais ruas e a restaurar a mobilidade cidade, bem como garantir a volta dos serviços essenciais como a energia elétrica, a coleta de lixo e o transporte.
*Colaborou Akemi Nitahara, do Rio de Janeiro
Edição: Fernando Fraga e Lílian Beraldo
Em uma competição acirrada e de alta performance, Ronei Gaviraghi, um produtor de milho de Mangueirinha, Paraná, se destacou no 4º Concurso Nacional de Produtividade de Milho Verão 2023/24, promovido pelo Grupo Tático de Aumento de Produtividade (Getap). O concurso, que reúne empresários de diversos segmentos do agronegócio, premiou Gaviraghi na categoria sequeiro (sem irrigação), onde ele colheu impressionantes 270 sacas por hectare, superando também o campeão da categoria irrigada, Cláudio Castro Cunha, de Perdizes, Minas Gerais, que alcançou 258,2 sacas por hectare.
Com 31 anos e sete dedicados ao cultivo de milho em sua propriedade de 325 hectares, Gaviraghi decidiu participar do concurso para se desafiar e testar os limites de sua produtividade. Ele compartilha que sempre acreditou no potencial de sua região e, incentivado pelo seu agrônomo da cooperativa e pelo representante da Agroeste, decidiu inscrever um talhão de 2,5 hectares no concurso. Clique aqui para seguir o canal do CompreRural no Whatsapp Máquinas elétricas estão dominando o agro; Vídeo Formado em engenharia agronômica, Ronei afirma que conhecimento técnico e teórico foi essencial para o seu resultado — Foto: Divulgação/Getap
Formado em engenharia agronômica, Gaviraghi acredita que o conhecimento técnico adquirido durante sua formação foi crucial para alcançar médias de produtividade superiores a 200 sacas por hectare em sua fazenda. “O conhecimento técnico e teórico é essencial, dá uma base boa. Muitas vezes, o agricultor fica receoso de fazer uma mudança, mas com o conhecimento ele consegue absorver mais facilmente novos manejos que podem entregar uma produtividade melhor', comenta ao Globo Rural.
Nesta edição, 162 produtores se inscreveram, mas apenas 48 chegaram ao final, recebendo as equipes de auditoria do Getap. Gustavo Capanema, consultor do projeto, destaca que as adversidades climáticas enfrentadas ao longo da safra impactaram significativamente os resultados dos participantes. “Sabemos que a tragédia na região Sul afetou tanto a área urbana quanto a área agrícola e, como ela é uma representante importante do milho verão no Brasil, isso se refletiu no nosso concurso”, lamenta Capanema.
Apesar dos desafios, a produtividade média dos participantes foi de 215,9 sacas por hectare, bem acima da média nacional de 98 sacas por hectare medida pela Conab. Segundo Capanema, esses resultados demonstram o potencial de crescimento do setor no país. “Tentamos mostrar que é possível sim, melhorar esses tetos produtivos, e esse é um dos objetivos do concurso, trazer esses exemplos.”
A vitória de Ronei Gaviraghi não só celebra sua dedicação e conhecimento, mas também reforça a capacidade de inovação e adaptação dos produtores brasileiros. Com técnicas aprimoradas e um entendimento profundo do manejo agrícola, produtores como o apresentado estão elevando os padrões de produtividade e sustentabilidade no agronegócio nacional. Estratégia para aumentar a produtividade Foto: Divulgação
Aumentar a produtividade agrícola, especialmente no cultivo de milho, exige uma combinação de práticas eficazes e tecnologias inovadoras. A primeira estratégia envolve a escolha de sementes de alta qualidade e variedades híbridas adaptadas às condições locais. Realizar análises regulares do solo e aplicar adubação balanceada com base nessas análises também é fundamental. Além disso, a rotação de culturas e o uso de sistemas de plantio direto ajudam a manter a saúde do solo e aumentar a retenção de umidade, promovendo um ambiente propício para o crescimento das plantas.
A adoção de tecnologias avançadas é outra chave para aumentar a produtividade. Utilizar drones e sensores permite monitorar a saúde das plantas e aplicar insumos de forma precisa, enquanto sistemas de irrigação de precisão garantem a distribuição uniforme da água. Práticas agronômicas avançadas, como o controle integrado de pragas e doenças, a densidade de plantio adequada e o uso de cobertura do solo, também são cruciais para maximizar o potencial produtivo das lavouras de milho. Essas práticas ajudam a evitar a competição excessiva entre as plantas e a proteger o solo contra a erosão.
Ainda, uma gestão eficiente e um planejamento detalhado são essenciais. Investir na capacitação contínua da equipe agrícola garante a adoção de melhores práticas e inovações. Além disso, o controle rigoroso dos custos de produção e a realização de parcerias com instituições de pesquisa podem proporcionar acesso a novas tecnologias e práticas de manejo. Adotar práticas sustentáveis que preservem os recursos naturais e ajustar as estratégias de manejo conforme as condições climáticas são medidas que não apenas aumentam a produtividade, mas também garantem a sustentabilidade e resiliência da produção agrícola a longo prazo.
Escrito por Compre Rural.